terça-feira, 8 de março de 2011

Pesquisa temática Problemas análogos

Colegas, estamos com poucas postagens e comentários. Até agora somente o Igor, o Joel, a Marina e a Tainah fizeram postagens. Somente o Joel comentou todas as postagens. A Marina e a Stephanie fizeram um comentário.  Lembro que a avaliação da pesquisa temática será pelo blog. Para inspirar segue novo exemplo de problemas análogos.




Organização espacial e funcional adaptada aos tempos modernos


Questionando a maneira tradicional de morar, Ryue Nishizawa - arquiteto japonês que, além do escritório individual, atua no famoso Sanaa, com Kazuyo Sejima - propõe um modelo alternativo de casa, fora dos padrões convencionais, com organização espacial e funcional adaptada à vida contemporânea e voltada para o coletivo. Um exemplo dessa proposta é a casa Moryama, situada em uma esquina, num subúrbio de Tóquio


Na realidade, trata-se de um conjunto de dez blocos isolados, que se desenvolve, em terreno de 290 metros quadrados, como uma pequena cidade; são peças independentes que apresentam áreas variáveis, com um, dois ou três pisos, ligadas por vazios externos que se abrem para a rua. Cada unidade configura um único ambiente, flexível, com banheiro externo ou no pavimento superior. Algumas são usadas como residência principal, outras como moradias de funcionários. O proprietário reservou para aluguel quatro blocos de diferentes tamanhos, com um a três pavimentos. O mais surpreendente é que a área ocupada total corresponde a menos da metade do lote.

A aproximação da casa com a cidade se faz pelaexposição de seu interior sem barreiras, assim como pelo espaço de leitura na laje que cobre a sala. Tudo foge ao comum, desde a área de trabalho transparente como uma vitrine, a pequena banheira, colocada à vista como um ofurô, e as escadas de marceneiro que levam da sala à cobertura - não necessariamente um deque, mas com a mesma função - até o pátio cuidadosamente ornamentado com vasos de vidro, cerâmica e, por que não?, barro, além da máquina de lavar roupas.





O arquiteto planejou também uma área de convivência entre as moradias, com pequenos jardins comunitários e caminhos que os unem e conduzem à rua, determinando uma estreita relação entre espaços públicos e privados. Demonstrando a total aceitação da proposta nada convencional, os moradores vêm utilizando esses locais comuns para encontros e lazer. A estreita ligação entre as moradias e o quarteirão, a releitura radical dos conceitos tradicionais da vida privada representada aqui e a fragmentação das construções derivam dos principais conceitos da proposta do arquiteto. As unidades são pré-fabricadas, com estrutura em chapas de aço, para tornar as paredes mais esbeltas e ganhar espaço interno.





A casa Moryama integra a exposição Perspectiva de Vida em Londres e Tóquio, que está em cartaz até o final de outubro no Centro Canadense de Arquitetura (CCA), em Montreal. A mostra traz como tema duas propostas diferentes de morar, realizadas por Nishizawa e pelo inglês Stephen Taylor, formados em culturas ricas, em constante transformação e totalmente diferentes. As obras revelam coincidência na determinação de estabelecer uma desejada harmonia com o entorno por meio de novas relações com o denso e complexo meio urbano. Entretanto, ambas sugerem que as idéias mostradas não são absolutas; subjetivamente, revelam que a casa (o lar) é diferente para cada indivíduo e continuará sendo sempre assim.





Nishizawa não é desconhecido dos brasileiros. Em agosto de 2008, ele e Kazuyo Sejima, titulares do escritório Sanaa, estiveram em São Paulo, na mostra sobre sua obra no Instituto Tomie Ohtake, onde realizaram palestras. Já em abril, Nishizawa havia apresentado as realizações do Sanaa na Fundação Armando Álvares Penteado, também na capital paulista. Seu trabalho ainda marcou presença com a maquete da Flower House, que se encontra em exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo, como parte das comemorações do centenário da imigração japonesa ao Brasil. A ser implantada na França, a Flower House assemelha-se conceitualmente à Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, por sua transparência, aproximação com a natureza e despojamento.


Texto resumido a partir de reportagem de Haifa Sabbag.
Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edição 344 Outubro de 2008




7 comentários:

Joel F Rodolfo disse...

Neste o projeto o arquiteto apresenta uma prospota de uso do espaço de diversas formas em relação ao seu volume e tambem em relação ao espaço a ser construido.
Por se tratar de apenas 290m2,ele propõe diversas forma em que as elevações variam de 1 ou 2 pavimentos dependendo do seu uso, respeitando sempre a utilização de entradas independentes.

Ariane Paula disse...

Achei muito bacana este projeto pois tem muito a ver com o que vamos fazer. Quando uma pessoa decide morar em um condomínio do tipo do nosso trabalho, ela está disposta a ter menos privacidade do que se tem em uma casa única em um lote, pois existem espaços públicos, e por mais que as entradas sejam independentes, há um uso coletivo do espaço.
E esta proposta de construir casas que tenham maior relação com o meio externo visa adequar o tipo de projeto ao tipo de ambiente a ser construído.

Igor Saraiva disse...

O projeto aproveita bem o terreno, tratando que ele e pequeno insere 10 casas individualizadas .
Também serve de inspiração para o nosso projeto, transmitindo o pensamento de "condomínio" e fazendo áreas de interação para as pessoas que residem no local.

Tainah Drummond disse...

O projeto possui muita harmonia, principalmente na forma e na sua simplicidade assumida. Admiro muito projetos como esse, pois provam que uma boa arquitetura não precisa gritar e impor seus significados, mas sugerir e, confortar quem a habita. Gostei muito.

Marcela disse...

Achei interessante porque em um mesmo terreno o arquiteto realizou muitos tipos de tipologias para expressar as moradias variando entre os volumes e fazendo áreas comuns.

Luise Fernandez disse...

Achei interessante esse projeto, ele ajuda a pensar um pouco no nosso em relacao a ser um conjunto de casas , que possuem entradas independentes e que apesar disso existe tambem as areas que sao comuns.

Marina Vaz disse...

Gostei muito desse projeto as casas são bem distribuídas e os espeço de convivência são ótimos, muito bem posicionados.