sexta-feira, 18 de março de 2011

Casa Grelha - Cristiano Loureiro


Premiada pelo IAB-SP em 2006, a casa grelha, conforme denominaram seus autores Fernando Fortes, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz, deriva das várias soluções engenhosas proporcionadas também pela natureza excepcional do lugar, próximo à Serra da Mantiqueira. Implantada dentro de uma área de 22 alqueires, numa clareira onde a mata virgem se abre e afloram grandes pedras cercadas de araucárias, a casa “suspensa sobre o vale e fundida nos morros, se transforma em terreno e o terreno em casa,  construindo uma nova paisagem “, salientam os arquitetos. Da clareira nascem trilhas naturais que percorrem a mata até o ponto mais alto do terreno, de vista deslumbrante, e aí, como uma plataforma, a elevação acolhe parte do programa da casa. O paisagismo, elaborado por Sidney Linhares e Fernando Chacel, colabora com a intenção plástica, sempre com respeito à mata nativa.
A partir da definição por uma casa térrea e em um único corpo, orientaram ainda a concepção do projeto mais dois fatores: a grande umidade do solo indicava a elevação da casa, resolvida por meio de pilotis; outra questão determinava uma estreita relação com a natureza.
Casa Grelha, esquema de circulação


A grelha estrutural em madeira é a grande expressão do projeto. Calculada em módulos de 5,5m por 5,5m, está suspensa sobre os núcleos de acesso que ligam os ambientes, conectando os caminhos existentes e criando novos, como uma ponte. Atravessa-se a estrutura por meio do teto-jardim - uma continuidade do terreno; pela parte de baixo,  através do jardim com espelho d’água; e pelo meio da casa, por uma circulação externa. Dessa maneira, ora os módulos são ocupados por espaços fechados, ora totalmente abertos para que árvores atravessem a estrutura. A disposição das massas permite que dos vazios se observem as pedras e o jardim sob a grelha, a mata virgem, as árvores do entorno, os arrimos em pedra.

Casa Grelha, esquema de usos

No interior da grelha desenvolve-se o programa composto de um núcleo com áreas de serviço, áreas sociais, quarto de hóspede e apartamento do proprietário; em outros três, isolados, estão os aposentos para os filhos; e entre eles, módulos vazios que dão continuidade visual e reforçam a desejada privacidade.
Composição da estrutura
Um conjunto de pilares de concreto apóia a grelha de madeira que está engastada no morro em duas laterais. O terreno, nesse ponto, é circundado por grandes muros executados com pedras do local. Para evitar número excessivo de pilares nos 2 mil m2 de projeção da estrutura e conseguir visuais mais abertas no jardim superior, foram empregadas grande vigas-vagão em aço cor-ten a cada dois módulos, com 11 metros de comprimento cada.
Essas vigas, observam os arquitetos, compõem com o paisagismo um aspecto importante do projeto.
Casa Grelha, esquema de conforto térmico



Sobre a elevação, portanto com melhor vista, foi projetado o pavilhão de lazer, dividido em dois blocos por um pátio, estruturado com a mesma modulação da casa. Essa construção apóia-se em vigas metálicas em forma de asa que permitem balanços totais  nas bordas do morro. Os arquitetos ressaltam que  tanto o pavilhão de lazer quanto o bloco da residência, embora com diferentes ocupações e topografia, foram projetados com a mesma grelha estrutural. Já os outros três pavilhões destinados à área de serviço, garagem e casa de caseiro  também  contam com módulos de 5,5m por 5,5m, mas são estruturados em pedra em grandes empenas paralelas que, fincadas no solo, suspendem as lajes. O projeto  procurou um contraponto entre a leveza da madeira e as pesadas estruturas de pedra a fim de evidenciar as diferentes funções.

Casa Grelha, esquema das vistas


Sobre a elevação, portanto com melhor vista, foi projetado o pavilhão de lazer, dividido em dois blocos por um pátio, estruturado com a mesma modulação da casa. Essa construção apóia-se em vigas metálicas em forma de asa que permitem balanços totais  nas bordas do morro. Os arquitetos ressaltam que  tanto o pavilhão de lazer quanto o bloco da residência, embora com diferentes ocupações e topografia, foram projetados com a mesma grelha estrutural. Já os outros três pavilhões destinados à área de serviço, garagem e casa de caseiro  também  contam com módulos de 5,5m por 5,5m, mas são estruturados em pedra em grandes empenas paralelas que, fincadas no solo, suspendem as lajes. O projeto  procurou um contraponto entre a leveza da madeira e as pesadas estruturas de pedra a fim de evidenciar as diferentes funções.
Paisagismo
Na intervenção paisagística houve a proposta de reconstruir as margens da mata e criar uma transição entre o campo aberto e a densa floresta, alcançada por meio de vegetação nativa. No restante da área descampada, a intenção foi reproduzir um parque, com percurso e descanso nos principais pontos visuais. Nos locais próximos às construções, os jardins seguem a arquitetura. Como a cobertura gramada que dá continuidade ao terreno, ou o espelho d’água que faz o papel da guarda-corpo e se relaciona com o espelho d’água maior, situado no jardim inferior ao redor da maior pedra conservada do local.










Conjunto Habitacional em Aarhus, na Dinamarca - Paula Notini


Esse é o projeto de um conjunto habitacional que venceu um concurso em Aarhus, na Dinamarca, desenvolvido pelo escritório CEBRA, com a colaboração de JDS, SeARCH e Louis Paillard. Trata-se de um conjunto de 21.500m² que combina diversas tipologias de unidades habitacionais e espaços de comércio e serviços. Sob o aspecto volumétrico o projeto foi concebido a partir de diversos prismas pontudos, com alturas variadas, que possibilitam – segundo os autores – maximizar a iluminação e diversificar as perspectivas a partir das unidades habitacionais.


Essa variedade volumétrica também permite uma diversidade tipológica, com a possibilidade de apartamentos de formatos, ambiências e tamanhos diversos. No nível do térreo há unidades que se integram ao espaço exterior, como as tipologias térreas típicas, e no topo, coberturas que se destacam pela riqueza espacial, luminosidade e amplas perspectivas. Entre a base e o topo, uma variedade de tipologias, com varandas, formas e orientações diversificadas. A combinação tipológica foi proposta de maneira a garantir uma diversidade social, com pessoas de faixas etárias, rendas e estruturas familiares diversas.



Empreendimentos de habitação coletiva são oportunidades de proporcionar combinações de usos, não apenas no mesmo edifício, mas eventualmente no mesmo pavimento. No aspecto social, os autores esperam que “as pessoas mais idosas, por exemplo, possam interagir com os mais novos”, que podem se ajudar nas atividades do cotidiano.





 


Obs: Esse é um exemplo de conjunto habitacional que não segue o padrão visual de casinhas idênticas umas às outras. Em seu formato pode-se dizer que ele chega a ser artístico. E poderia ser implantado no nosso terreno, pois cada um desses "prismas" poderia ficar em um nível diferente e independente dos outros. O fato de várias tipologias de famílias poderem se instalar ali também conta pontos para o projeto.

É um projeto bem diferente. O que vocês acharam?!

Livingbox - Construções Geminadas - Raphaela Diniz



         O projeto de "livingbox" tenta responder à necessidade de uma casa móvel, apto a ser habitado por longos períodos e em ambientes agressivos. O módulo de habitação sugerido, será o anfitrião de uma família com dignidade, pelo menos, 3-4 pessoas. Para ter certeza, o módulo de habitação, que deve ter na sua parte interna funcional fixo para garantir a preparação de alimentos e para satisfazer suas necessidades fisiológicas e de higiene. O projeto deve responder à exigência de serem fáceis de instalar e desmontar, para ser também o custo-benefício, uma forma de habitação, deve ser suficiente para atender todos os requisitos descritos.
         Fácil instalação, o módulo será composto por algumas partes, apenas bens móveis e removíveis. Após o transporte e acomodação em um apartamento em poucos minutos, a unidade de origem se torna operacional, a sua eficiência máxima.

        Medidas durante o transporte, correspondem às de um contêiner de 40 pés comerciais, tais como "cubo elevado", o que corresponde às seguintes medidas 12,192 metros de comprimento, 2,438 de largura, m. 2,896 de altura. As medidas são absolutamente idênticas as dos recipientes comerciais, geralmente transportados em aeronaves, navios, trens e caminhões.
      O tamanho, a largura bastante reduzida do recipiente (2,30 m) não é suficiente para criar um espaço de vida decente. Para atender os pontos programáticos definidos acima, que é apenas uma forma de criar uma casa com as características descritas, é necessário que a forma se torne a base da largura interna de 2,30 metros, pelo menos, 4,00, a superfície interna então o módulo deve ser mudado. 
       Depois de várias hipóteses, sobre como expandir o interior, de acordo com o autor, o mais fácil e confiável, era usar os volumes adicionais, vinculado a uma dobradiça. O uso do zíper, que oferece a vantagem de fazer o volume de um celular relativamente grande, mas não mais de 7-8 metros. Então  ele colocou os dois volumes adicionais, em direções opostas, o centro dos dois lados mais longos, enquanto as duas extremidades do recipiente, permanece a largura original, suficiente para acomodar o espaço funcional fixo (cozinha e banheiro).   
                        








       Outro aspecto importante é a capacidade de combiná-la em assembler em um ou dois níveis, a possibilidade de que um único módulo, você se torna parte de uma agregação muito grande e as formas, muito próximos uns dos outros, mas graças as posições estratégicas das aberturas (portas e janelas), afastado da fachada principal exterior, dá a única forma de independência para o acesso e vista, licenciamento, os seus habitantes um bom nível de privacidade. Estas características são mantidas, mesmo no caso de instalações em dois níveis, de fato, a escada para o nível superior, é de estar no lugar quando o formulário está completamente fechado.
      O interior tem soluções deliberadamente não pré-embalados e insubstituível, essa escolha dá a forma de uma liberdade grande ao projeto, ajudando a aumentar a flexibilidade do projeto. As partes fixas, tais como banheiros e cozinhas, são montados com componentes, sempre que possível, obtidos a partir da produção industrial, com benefícios econômicos e de manutenção. Se for necessário ter quatro leitos, como uma família com dois filhos, o projeto prevê a presença de uma cama, dois níveis (castelo) com drop-down cruz, que permite separar de forma eficiente os dois lugares de descanso, consistindo em a partir de duas camas ou cama de casal.







        Bom gente, achei bacana este projeto. É bem prático, mas em compensação é muito complicado de entender também. Pelo que eu entendi, as partes fixas (banheiro e cozinha), ficam nas extremidades e o restante no centro, que é a parte que move. É um projeto que pode ajudar a gente a pensar em formas, tamanhos e soluções para o nosso projeto. É uma idéia diferente.


quinta-feira, 17 de março de 2011

Conjunto Habitacional Social Tetris em Lubliana -Eslovênia - Marcela Moreira

Escritório: OFIS Arquitetos












Construção: 60 apartamentos, 5.000m² de área construída, 4 pavimentos e 2 pavimentos abaixo do nível da rua para garagens
Tipos de apartamentos: 1 dormitório – 35 m² / 2 dormitórios – 69 m² / 2 1/2 dormitórios – 89 m² / 3 dormitórios – 103 m²
Custo de construção: 650 euros/m²
Preço de venda: 1.200 euros/m²
Período de construção – Fevereiro 2006 a Setembro 2007
Arquitetos-chefe do projeto: Rok Oman e Spela Videcnik
Equipe de projeto: Martina Lipicer, Nejc Batistic, Andrej Gregoric e Ana Kosi
Andares ímpares 



Andares pares


Uma vez que a orientação do edifício é paralelo a uma movimentada rua, os apartamentos se abrem para balcões inclinados em 30º para o mais quieto e bem iluminado lado do terreno (sul). Estão planejados mais dois blocos que serão construídos no futuro, em ambos os lados do prédio atual, portanto não foram abertas janelas para leste ou oeste. A fachada tem um desenvolvimento simples, simplesmente expressa à organização da planta.





Vista Externa






A fachada interna estrutural é argamassada, a parede externa que abraça os terraços é vitrificada ou feita em painéis de concreto pré-moldado. Esses painéis são cobertos com madeira de três cores e formam um padrão vertical em zigzag. Os guarda-corpos dos balcões são também feitos de painéis pré-fabricados ou de metal.



Vista de dentro do apartamento



A volumetria foi inspirada em uma espinha de peixe

Fachadas










Vista da escada interna







 O conceito da estrutura é feita de uma forma, flexível, uma vez que são as paredes estruturais que separam os apartamentos SHELL do resto do edifício, pois todas as outras paredes interiores não são estruturais.
A sua fachada representa quase fielmente o traçado e organização do tetris, enquanto que no seu interior, este jogo é pouco caracterizado, á excepção das varandas.
 
O edifício “apartamentos Tetris “ traduz-se, num projeto inovador que alia a arquitetura ao mundo imaginativo do jogos, (pois o jogo tetris é um jogo de agilidade onde se utiliza cubos para eliminar ou ajuntar outros cubos), e a arquitetura foi inspirada nesses cubos, verificando-se neste conjunto, pelos seus vazios que formam as peças do jogo.
 
E aí o que vocês acharam?